AUTORIDADE E AUTONOMIA NO CONTEXTO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR
RESUMO Com base na obra “A personalidade autoritária”, de Adorno et al. (1950), sobre a relação entre indivíduos predispostos ao preconceito e à defesa de regimes sociais autoritários, este artigo analisa resultados de pesquisa realizada em três escolas do ensino público paulistano, para verificar, em estudantes, a existência de dois tipos de heteronomia em relação à autoridade escolar: adesão rígida à autoridade ou sua negação, e se a primeira tem relação com a defesa rígida de valores morais e a outra, com uma forma mais ampla de violência. Aplicou-se a 89 alunos do 7º ano duas escalas: a Escala F, criada por Adorno e colaboradores, para avaliar o grau de predisposição à violência moral e formas de violência mais genéricas, e outra para saber da autonomia dos alunos frente à autoridade do professor. Constatou-se haver as duas formas de heteronomia previstas: uma delas se relaciona com a defesa rígida de valores morais, a outra se associa com essa defesa, mas também com uma forma mais ampla de violência, o que indica uma preocupante formação de indivíduos que possam defender um sistema antidemocrático.