Currículos outros para a formação docente: discutindo princípios decoloniais e interculturais
RESUMO Este ensaio problematiza as possibilidades de pensar o currículo da formação docente, tanto em sua dimensão prescrita quanto prática, com base na perspectiva decolonial. Explana acerca do giro decolonial, sua proposta de decolonização epistêmica apoiada em categorias, como, por exemplo, o pensamento fronteiriço, da transmodernidade e o diálogo intercultural; advoga as possibilidades de reconhecer as múltiplas interpenetrações das dimensões curriculares para pensar os processos de formação inicial docente, tensionando as maneiras como a vida pulsante no cotidiano das salas de aula de educação superior é capaz de apresentar situações de frestas, de fronteiras, com potencial de causar fissuras nas práticas pedagógicas. Intenta mostrar como as políticas curriculares funcionam como dispositivos reguladores capazes de ensejar problematizações no âmbito das disciplinas que deslocam a linearidade e a hegemonia das disputas epistemológicas em torno dos conteúdos considerados válidos.