A professora de arroz: alimentação e pertencimento entre crianças em uma escola do campo no Maranhão
RESUMO O mote deste artigo é a relação tecida pelas crianças da escola Dom Marcelino entre a alimentação e o pertencimento ao campo. Por meio do idioma da comida as crianças criam estratégias de pertencimento, reforçando a sua identidade rural, na contramão do que faz a própria escola, por meio de seu currículo, suas docentes e suas práticas. As narrativas das crianças transitam pelas categorias comida da escola e comida de casa, demonstrando um continuum na dieta alimentar de ambos os lugares. Por meio dos alimentos e da retórica que constroem sobre eles, elas conseguem diluir dicotomias clássicas como aquelas engendradas entre casa/roçado e roçado/escola. Isso nos foi revelado pela observação dos desenhos e das rodas de conversas, guias metodológicos desta pesquisa.